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Contexto deste projeto/investigação

Acontece num tempo de consumo, produção e comunicação através das imagens. Fotografa-se para existir, mas ao mesmo tempo o homem afasta-se dele próprio e do lugar que habita.
Este é o mesmo tempo onde há urgência de cuidar do lugar que habitamos. Debatemos soluções para tornar o lugar que habitamos sustentável, mas como é que cuidamos do lugar, se não o conhecemos? Passamos por um lugar, mas não o vemos, não o escutamos...
E se andarmos e pararmos para o gravar?
O reconhecimento de que a presença da câmera fotográfica aguça a atenção sobre o lugar aconteceu há mais de 20 anos enquanto a autora desta investigação era estudante de fotografia e continuou ao longo dos anos na escuta realizada nos processos de criação e ao escutar os estudantes de fotografia que parecem ver o lugar pela primeira vez só porque carregam uma câmera fotográfica. Percebeu que a câmera é um mediador entre a pessoa, o lugar e as pessoas que o habitam. Nessa mediação podem acontecer conversas, podem acontecer descobertas, podem estabelecer-se novas relações.
Nos últimos dois anos pelo isolamento ao qual fomos todos submetidos a autora percebeu que era urgente trazer estas ações para as ruas do lugar que habita. Este lugar situa-se na freguesia de Campanhã no Porto. Um bairro que nasceu próximo dos anos 60 de pequenos prédios e moradias com muros. Os muros nem sempre existiram, foram sendo levantados pelos habitantes. Com características próximas de outros bairros em áreas urbanas, mas também com vários elementos que nos remetem para o rural: um espaço com hortas e mercearias. No final de uma das ruas situa-se a estação de metro e muito próximo entre estação e hortas comunitárias está a nascer um espaço Cultural: OCO - Co Work, onde a investigadora é residente.

Registo fotográfico:
Horta comunitária - Rua da Nau Vitória
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